Orientação Vocacional : uma jornada de autoconhecimento para o adolescente



Numa busca rápida na internet, encontra-se a seguinte descrição de vocação:

Vocação é um termo derivado do verbo no latim “vocare” que significa “chamar”. É uma inclinação, uma tendência ou habilidade que leva o indivíduo a exercer uma determinada carreira ou profissão.

Há linhas teóricas dentro da psicologia que acreditam que vocação não existe, e que todas as tendências e inclinações que as pessoas desenvolvem na vida são socialmente construídas, dando total prevalência ao ambiente. Pessoalmente, apesar de ser inegável a importância do ambiente para o desenvolvimento individual, acredito que algumas inclinações e talentos são inatas ao indivíduo, e que descobri-las e explorá-las como possibilidades faz parte de um bom processo de Orientação Vocacional.

Essa demanda por explorar sua vocação pode surgir em qualquer etapa da vida. Mas devido a um importante marcador social – o final do Ensino Médio – é muito comum surgir com grande intensidade na vida dos adolescentes.

Os adolescentes e jovens que buscam esse tipo de auxílio quase sempre carregam angústias e dúvidas sobre que caminhos seguir e esperam encontrar respostas para questões como: Qual é a minha vocação? Qual o curso ideal para mim? Onde eu me encaixaria melhor no mundo do trabalho?

Apesar de saberem que as carreiras mudam com o tempo, que a construção de uma carreira acontece continuamente no dia a dia e é necessário cuidar dela o tempo todo, muitos jovens ainda buscam uma resposta mágica que lhes garanta um futuro de felicidade profissional. Muitos deles, inclusive, tem pressa em escolher um curso, na busca de um alívio rápido para a angústia da dúvida.

Sabendo disso, um bom processo de Orientação Vocacional deve, antes de mais nada, acalmar o jovem e leva-lo a pensar inicialmente em questões mais abrangentes como: Quem sou eu? Quais são minhas referências? Que valores são importantes para mim? O que eu tenho de melhor? Ou seja, deve mirar primeiro no autoconhecimento, num trabalho de olhar para o mundo interior do jovem e levá-lo a se conhecer melhor, para então voltar-se para o mundo exterior – cursos, instituições, carreiras – conciliando o mundo interno e o mundo externo.

O papel do orientador não é fornecer para o jovem uma resposta pronta. É empoderá-lo para lidar com essa escolha e com todas as demais escolhas que deverá fazer ao longo de sua trajetória profissional, ajudando-o a refletir sobre possíveis modelos e possibilidades, sem trair seus valores e motivações. O que se percebe é que, após essa jornada de autoconhecimento e exploração do mundo do trabalho, o jovem consegue ter clareza de suas aspirações, limitações e necessidades pessoais, e a escolha profissional tende a ser muito mais madura e realista que uma escolha feita de maneira solitária.